Por Ana Maria Monteiro
O dia 16 de junho simbolizou mais do um simples desafio para a seleção sul-africana. Nessa mesma data, há 34 anos, em Soweto, manifestações de rua contra o regime do apartheid resultaram em um massacre que, certas fontes como Reuters, contabilizaram mais de 500 vítimas.
Mas o confronto de hoje foi contra o Uruguai, que pode ter acabado com o sonho africano de ir adiante na Copa do Mundo e fazer um grande show. No entanto, este pode ter sido um grande contribuinte para a má atuação da África do Sul nos jogos: até onde os Bafana Bafana acreditavam que poderiam ir?
Carlos Alberto Parreira disse, em entrevista, que o time estava focado apenas em superar a primeira fase da competição. E, toda essa descrença da superação deixou a torcida bem ciente de que, tecnicamente falando, seria quase impossível o primeiro título da seleção sul-africana. Apesar de orgulhosa, a torcida não é fanática, no geral.
O fato de ter ficado décadas sem participar de uma Copa do Mundo, por conta de seu regime político, não deu condições à África do Sul de adquirir experiência e tradição em jogos desta proporção. Talvez o sonho esteja começando agora, para copas futuras. Afinal, o país vive um momento politicamente estável, economicamente em crescimento e futebolisticamente falando, gerando um time e uma torcida que podem acreditar quer é possível ir até o final, assim como em 1976.
Ana Maria Monteiro é jornalista pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG). Sua primeira visita a terra dos Bafana Bafana foi em 2009. Durante a Copa, ela mostra para o blog Pelo Brasil Pelo Mundo o que a fez se apaixonar pela África do Sul.
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