Direto de Porto Elizabeth, Ana Maria Monteiro conta qual é o sentimento dos sul-africanos pela eliminação na primeira fase.
Quando ninguém mais acreditava que a África do Sul seguiria na competição, os Bafana deram um show no primeiro tempo da última partida da primeira rodada do Mundial. Como se não bastassem os dois gols contra a França, Uruguai e México saíram do empate, o que também seria um pré-requisito para que a seleção sul-africana fosse para as oitavas de final.
Carlos Alberto Parreira disse que o time lutaria até o final, não importasse o que estaria enfrentando. De fato, os garotos tentaram 19 chutes a gol no segundo tempo. Ainda faltariam dois gols para que a seleção surpreendesse o mundo, mas, ironicamente, a França também lutou pela honra e fez um gol no segundo tempo que eliminou por completo as poucas esperanças da torcida sul-africana de ter um momento nunca visto na história do futebol do país.
Fim de jogo, Parreira deu uma coletiva, ainda no campo, dizendo que “acontece”, e que estava orgulhoso do seu time. Pelo que estou percebendo, este o mesmo sentimento dos que estão à minha volta, aqui em Porto Elizabeth, África do Sul: “Tudo bem, tentamos até o fim”. O bom de não ser brasileiro nessas horas é que os resultados futebolísticos não alteram o funcionamento do país. O ruim de ser brasileiro, aqui na África do Sul, é que nós sentimos pelos outros o que é estar fora de uma Copa do Mundo. Especialmente quando é um país que nos recebe tão bem, e que também torce por nós.
Ana Maria Monteiro é jornalista e esta é sua segunda visita à África do Sul.
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