terça-feira, 22 de junho de 2010

Os bastidores do futebol: esporte faz a vida de brasileiros na África do Sul

Por Ana Maria Monteiro

Brasileiros na África do Sul estão sendo recebidos quase com um abraço. Não importa quem sejam os jogadores da nossa seleção, ela é vista como a favorita e tornou-se, para muitos, o segundo ou mesmo o primeiro time do coração. Em muitas casas e carros as bandeiras da África do Sul e do Brasil estão lado a lado.

Além de atrair a simpatia de outros povos, o futebol brasileiro pode virar o meio de vida para alguns profissionais do esporte. Este foi o caso de Japhet Borges, que saiu de Caruaru, em Pernambuco, para se tornar o preparador físico de alguns times internacionais. Japhet e sua família já moraram no Japão e atualmente vivem em Joanesburgo, na África da Sul, trabalhando para o Moroka Swallows, time da primeira divisão do futebol sul-africano. Japhet se diz completamente adaptado ao novo país, comparando-o como um “Brasil de organização europeia”. O preparador disse que veio para ficar um ano, mas já renovou o contrato por mais um, e diz que desejaria ficar mais, visitando o Brasil duas vezes por ano, para matar a saudade de familiares em Pernambuco.

De pé, da esquerda para a direita, Matheus Sukar, Japhet Borges e Zeca Marques. Sentadas, da esquerda para a direita: Regiane Borges, Linda Marques, Ana Monteiro e Jéssica Borges

O preparador físico, sua esposa Regiane e sua filha Jéssica vivem em Kensington, um bairro classe média alta de Joanesburgo, em um apartamento com um aluguel de U$ 2000 (dólares), custeado pelo clube.

Algumas vantagens para os brasileiros que moram na África do Sul podem ser o clima, que somente no inverno tem as temperaturas próximas a zero grau, o câmbio, que nos é favorável, R$ 1 = aproximadamente R 4 (rand), com o custo de vida bem próximo à realidade brasileira e inflação quase nula, bem como o “calor humano”, que muitos brasileiros reclamam não encontrar em outras terras.

Até mesmo para quem não fala inglês, um dos 11 idiomas oficias da África do Sul, a comunidade lusitana no país é considerável. A maioria dos falantes da língua portuguesa aqui são angolanos e moçambicanos que vieram, geralmente, em busca de melhores condições de vida do que em seus países de origem.

Mas um outro exemplo de quem também fez a vida com o futebol na África do Sul foi do português Zeca Marques, auxiliar técnico do Moroka Swallows e comentarista no canal “Super Sport”da TV fechada. Sua esposa, Linda Marques, também lusitana, trabalha na África do Sul como empresária no ramo de turismo, e ambos estão completamente adaptados ao país que os ofereceu ótimas condições de vida.

Segundo Japhet Borges e Zeca Marques, falta mão de obra qualificada na África do Sul. Para quem quiser tentar a vida no país da Copa, ao menos verá que a palavra Brasil pode abrir muitas portas, ou pelo menos, vários sorrisos.

Ana Maria Monteiro é jornalista pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG). Sua primeira visita a terra dos Bafana Bafana foi em 2009. Durante a Copa, ela mostra para o blog Pelo Brasil Pelo Mundo o que a fez se apaixonar pela África do Sul.

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