Por Ana Maria Monteiro
Brasileiros na África do Sul estão sendo recebidos quase com um abraço. Não importa quem sejam os jogadores da nossa seleção, ela é vista como a favorita e tornou-se, para muitos, o segundo ou mesmo o primeiro time do coração. Em muitas casas e carros as bandeiras da África do Sul e do Brasil estão lado a lado.
Além de atrair a simpatia de outros povos, o futebol brasileiro pode virar o meio de vida para alguns profissionais do esporte. Este foi o caso de Japhet Borges, que saiu de Caruaru, em Pernambuco, para se tornar o preparador físico de alguns times internacionais. Japhet e sua família já moraram no Japão e atualmente vivem em Joanesburgo, na África da Sul, trabalhando para o Moroka Swallows, time da primeira divisão do futebol sul-africano. Japhet se diz completamente adaptado ao novo país, comparando-o como um “Brasil de organização europeia”. O preparador disse que veio para ficar um ano, mas já renovou o contrato por mais um, e diz que desejaria ficar mais, visitando o Brasil duas vezes por ano, para matar a saudade de familiares em Pernambuco.
O preparador físico, sua esposa Regiane e sua filha Jéssica vivem em Kensington, um bairro classe média alta de Joanesburgo, em um apartamento com um aluguel de U$ 2000 (dólares), custeado pelo clube.
Algumas vantagens para os brasileiros que moram na África do Sul podem ser o clima, que somente no inverno tem as temperaturas próximas a zero grau, o câmbio, que nos é favorável, R$ 1 = aproximadamente R 4 (rand), com o custo de vida bem próximo à realidade brasileira e inflação quase nula, bem como o “calor humano”, que muitos brasileiros reclamam não encontrar em outras terras.
Até mesmo para quem não fala inglês, um dos 11 idiomas oficias da África do Sul, a comunidade lusitana no país é considerável. A maioria dos falantes da língua portuguesa aqui são angolanos e moçambicanos que vieram, geralmente, em busca de melhores condições de vida do que em seus países de origem.
Mas um outro exemplo de quem também fez a vida com o futebol na África do Sul foi do português Zeca Marques, auxiliar técnico do Moroka Swallows e comentarista no canal “Super Sport”da TV fechada. Sua esposa, Linda Marques, também lusitana, trabalha na África do Sul como empresária no ramo de turismo, e ambos estão completamente adaptados ao país que os ofereceu ótimas condições de vida.
Segundo Japhet Borges e Zeca Marques, falta mão de obra qualificada na África do Sul. Para quem quiser tentar a vida no país da Copa, ao menos verá que a palavra Brasil pode abrir muitas portas, ou pelo menos, vários sorrisos.
Ana Maria Monteiro é jornalista pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG). Sua primeira visita a terra dos Bafana Bafana foi em 2009. Durante a Copa, ela mostra para o blog Pelo Brasil Pelo Mundo o que a fez se apaixonar pela África do Sul.
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